sábado, 1 de setembro de 2012

Era bom, mas acabou-se... Em como as férias se parecem com o arroz doce da minha mãe.

Também aqui neste blog faltava o post a carpir o final das férias, mas nem sempre podemos pautar pela originalidade e a verdade é que, regressados da primeira aventura transcontinental do mais novo, bem queria escrever sobre algo novo, mas as férias ainda dominam os meus pensamentos (será isto uma depressão pós-ditas cujas?).
Foi um mês mágico, com direito a noites de jogos de tabuleiro, canasta e grandes partidas de sueca; dias de piscina com o Minho a rir às gargalhadas na água; tardes na praia a ver o entusiasmo da Miana pela canoa xpto que  os primos compraram e que originou passeios bem diferentes; muita comida boa; Internet reduzida quase a zero e, depois, a primeira grande viagem dos quatro que nos levou a atravessar o Atlântico, ouvir muita bachata e fugir de um furacão, sempre com um enorme sorriso nos lábios.
Foi também um mês em que apertaram as saudades do nosso quinto elemento, pois apesar de termos deixado a gorda num hotel todo catita, a verdade é que foram muitas as vezes em que nos sentimos incompletos, sem aquela língua pegajosa e o arfar constante dos quilos a mais emplastrados na nossa cama.
Acima de tudo, foi um mês em que se viu que os dez anos que separam os nossos filhos não são nada face ao carinho óbvio que os une. A paciência infinita da Miana, a forma como cuida do irmão com tanto desvelo e o amor puro que ele lhe retribui são os instantâneos mais preciosos com que regressámos para casa. Isso e as mil gracinhas que o Minho vai fazendo, como bater as palminhas e dizer adeus (ensinado pela mana, claro está!). Também guardamos com carinho o termos constatado que temos um verdadeiro bebé todo-o-terreno, que dorme em aviões cheios de crianças aos berros como se não fosse nada com ele; que come comida com nomes estranhos e fruta exótica com a felicidade estampada no rosto (obrigada grande à nossa pediatra que nos tem dado um plano de alimentação tão liberal que nos foi possível fazer a viagem sem 500 quilos de comida no porão) e que fez sorrir pessoas de várias nacionalidades, enquanto a irmã arrecadou um honroso terceiro lugar num concurso de dança em que era a única criança.
Destas férias, no meu coração, vai ficar sempre o nariz tostado pelo sol da minha filha, com aquele risquinho branco que só aparece quando está muito morena ou os passeios feitos pela praia, só eu e o bebé, às cinco da manhã, em momentos que foram só nossos.
E ficam ainda os muitos beijos roubados ao meu marido, o descanso naqueles braços que, muitas vezes, por causa de uma profissão complicada (há piores, bem sei), andam tão desencontrados de nós. Porém, nestas férias ele foi todo nosso: do mais pequeno para brincar com baldinhos e areia; da mais velha para treinar mergulhos e afundanços de sereia e meu para abraçar, beijar, dar a mão, passear e conversar muuuuuuito (coitado, deve ter um tímpano furado de tanta tagarelice).
Foram umas férias iguais ao arroz doce da minha mãe (que não é grande cozinheira, mas faz um arroz doce de estalo): tão, tão boas que as comemos todas por inteiro, com gula e prazer; tão, tão boas que nos alimentaram a alma.
Viemos destas férias uma família mais completa, mais unida, mais carinhosa e, portanto, posso dizer que foram as melhores férias da minha vida.
Que venham mais!

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