domingo, 8 de julho de 2012

Sai uma Água das Pedras

Passo eu aqui os dias combalida, a pensar que nada de novo sucede, que as notícias se assemelham sempre ao mesmo, quando, de repente, passo uma semana sem televisão e Internet, desterrada num sossego tão bom, para regressar a um mundo em que a Espanha foi campeã outra vez (a Oriente, nada de novo); o Tribunal Constitucional ajuda o Passos Coelho a distribuir cacetada também pelos privados (num lar como o nosso, absolutamente 50/50, ficamos agora com a certezinha de que em vez dos subsídios de apenas um dos adultos, serão levados também os do outro) e, muito mais engraçado, o Relvas tirou a licenciatura na Farinha Amparo e à custa de enviar muitos cupões.
Sobre a Espanha, pouco me alongo, pois percebo muito pouco de bola.
Sobre o Tribunal Constitucional, vou esperar para ver, já que tenho a sensação de que muita água correrá ainda sob essa ponte.
No entanto, sobre o Sr. Dr. Relvas, tenho algumas considerações a tecer: não me interessa minimamente se tem ou não uma licenciatura, já que não entendo que esta seja indispensável à boa governação. O que me interessa, e muito, é o subterfúgio (legal, dizem as parangonas, amoral, digo eu) para alcançar o dito canudito. Se, por um lado, acho risível que se engendre tanto para obter uma reles licenciatura (let's face it, não estamos propriamente a falar do Santo Graal); por outro, como pessoa que se esfalfou numa universidade pública, com uma boa média, sem equivalências da treta, queimando pestanas e que não usa o Dr. nos cartões do banco nem em nada só porque parece bem, fico ofendida por me deparar com esta espécie de rato a fazer troça, com o seu canudo, daquilo que tenho como sagrado: o conhecimento. Uma criatura destas não pode governar Portugal, não é digna de o fazer. Um rato não é digno, sequer, de mencionar o nome do meu país. Posso não ser filha do Relvas, mas a minha falta de orgulho, o meu asco, devem contar para alguma coisa. Meus meninos, já brincaram, já pategaram, já bodegaram, mas agora, está na hora da caminha. Por favor, deixem os adultos governar.

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